Dengue: levantamento aponta que 340 cidades do Brasil estão em situação de risco.

Por Hugo Santiago

O Ministério da Saúde divulgou neste mês de março o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti, conhecido pela sigla LIRAa, que mostra que 340 municípios brasileiros estão em situação de risco e 647 cidades estão em nível insatisfatório de imóveis com larvas de mosquito, que transmite não só a dengue como também a febre chikungunya.

Entre as 340 cidades em risco de epidemia, metade delas (171 no total) está no Nordeste. A outra metade se divide entre as outras regiões do país: 54 no Sudeste, 51 no Sul, 46 no Norte e 17 no Nordeste.

 

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Ao todo foram considerados dados de 1844 cidades do país, em levantamento feito nos meses de janeiro e fevereiro de 2015. A classificação do estudo é dada de acordo com o número de imóveis que apresentam larvas do mosquito Aedes aegypti. Uma cidade é considerada em risco quando mais de 3,9% das casas as apresentam. Quando o número está entre 3,9 e 1%, as cidades são consideradas dentro de níveis insatisfatórios e se a porcentagem é menos do que 1%, então o nível é satisfatório.

Entre as capitais, Cuiabá (Mato Grosso) é a única em estado de risco. Mas outras 18 capitais estão em estado de atenção: Aracajú (Sergipe), Belém (Pará), Belo Horizonte (Minas Gerais), Campo Grande (Mato Grosso do Sul), Fortaleza (Ceará), Goiânia (Goiás), Macapá (Amapá), Maceió (Alagoas), Manaus (Amazonas), Palmas (Tocantins), Porto Alegre (Rio Grande do Sul), Porto Velho (Rondônia), Recife (Pernambuco), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), Salvador (Bahia), São Luís (Maranhão), São Paulo (São Paulo) e Vitória (Espírito Santo). No entanto, cinco capitais não apresentaram dados ao levantamento: Curitiba (Paraná), Boa Vista (Roraima), Florianópolis (Santa Catarina), Natal (Rio Grande do Norte) e Rio Branco (Acre).

PERNAMBUCO

O estado de Pernambuco registrou 3.571 casos da dengue em 115 municípios, sendo 481 confirmações, entre os dias 4 de janeiro e 21 de fevereiro. Isso representa um crescimento de 150,60% em relação ao mesmo período de 2014, quando foram notificados 1.425 casos. A época propícia para a proliferação das larvas dos mosquitos aedes aegypti.
Dentre os dez principais focos da doença, oito estão espalhados pelo Agreste e Sertão do estado, como Custódia, com 314,90 infectados por 100 mil habitantes, considerado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) como alta incidência. Inajá, Sertânia, Ibimirim, Surubim, Frei Miguelinho e São José do Egito também estão na lista de municípios em alerta. Passira é o que apresenta a menor incidência: a cada 100 mil moradores, 93 apresentaram a doença.

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O mosquito também transmite a febre chikungunya, mas ainda não há registro da doença em Pernambuco. Dos 48 quadros sob suspeita, 39 já foram descartados, dando positivo para dengue, e nove seguem em investigação. Segundo a SES-PE, todas as quatro confirmações do ano passado eram pessoas que vieram de outros estados brasileiros.
Linha decrescente
No momento, de acordo com a coordemadora Claudenice Pontes, do Programa de Controle do estado, os casos estão em uma linha decrescente, porém, é preciso agir mais enfaticamente neste momento para evitar que os números voltem a subir.
“A população precisa ficar vigilante e impedir que os mosquitos depositem os ovos na água, já que cerca de 90% dos transmissores da doença estão nas residências ou no seu entorno”, frisa. A coordenadora também aponta que o aumento no interior tem como principal causa a escassez de água: por vezes, os moradores armazenam sem proteger devidamente o recipiente.
Como parte do Plano de Contingência da Chikungunya e da Dengue, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e postos de saúde são responsáveis por realizar o primeiro atendimento e encaminhar o paciente para a unidade que tenha o perfil adequado a cada necessidade. A SES-PE aconselha que as instituições sejam procuradas imediatamente em casos de suspeita.

 

Com informações do Portal G1