Jaboatão cadastra as mulheres que usarão ‘botão do pânico’

Jaboatão cadastra as mulheres que usarão ‘botão do pânico’

Em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, mulheres sob risco de violência doméstica e com medidas protetivas determinadas pela Justiça ameaçadas ou descumpridas poderão contar com o ‘botão do pânico’ a partir desta segunda-feira (29). A prefeitura já tem 50 equipamentos disponíveis para entrega, mas o dispositivo será testado, inicialmente, com a participação de dez pessoas, escolhidas pelo Judiciário. A iniciativa é pioneira no Nordeste e chega em meio aos festejos dos dez anos da Lei Maria da Penha.

A entrega dos botões e o cadastramento das mulheres que receberão o equipamento serão realizados no Centro de Referência da Mulher Maristela Just. De acordo com a secretária-executiva da mulher de Jaboatão, Ana Selma Santos, falta apenas receber da Justiça os nomes das beneficiadas. “Vamos receber as indicações, começar os cadastros e convidar as mulheres para fazer a entrega”, diz.

Segundo a secretária, a seleção das mulheres foi feita pela Justiça. “Foram escolhidas mulheres que estão com medidas protetivas; os casos que, no entender da Justiça, representam maior gravidade e risco de descumprimento”, afirma Ana Selma Santos.

Após receber o equipamento, as mulheres também passarão por um treinamento para o uso do dispositivo. “É preciso ter todo um cuidado, porque quando o botão é acionado, ele gera um sinal sonoro, dispara na central de monitoramento e na equipe da Patrulha Maria da Penha (PMMP), além de gravar e enviar o áudio de tudo o que está acontecendo. Esse áudio fica à disposição da Justiça como prova, então as mulheres têm que ser bem orientadas quanto a isso”, explica ainda a secretária-executiva.

O botão tem um aspecto parecido com o de alarmes de carro. A tecnologia é inspirada na já usada no Espírito Santo. Uma mensagem com o nome da vítima e seu endereço aparecerá nas telas dos smartphones da PMMP quando acionado.

O serviço funcionará 24 horas e os chamados serão atendidos tanto pela patrulha quanto por policiais civis ou militares, a depender de quem estiver mais perto da ocorrência.

Inicialmente, serão disponibilizados 50 botões, mas, segundo Ana Selma Santos, a ideia é que a quantidade seja ampliada. “À medida que formos ajustando o uso, quando entendermos que está tudo afinado, pretendemos aumentar. A capacidade do contrato é de até 700 aparelhos”, destaca.

Os equipamentos são desenvolvidos pelo Instituto Nacional de Tecnologia Preventiva (INTP). A Prefeitura vai investir R$ 13 mil, mensalmente, para a manutenção dos dispositivos.