O governo vai encaminhar ao Congresso até o final de julho uma proposta de reforma da Previdência Social. A intenção é levar o documento à apreciação do Legislativo antes da votação do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. A promessa foi feita, ontem, pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, após a segunda rodada de reuniões com representantes de quatro centrais sindicais (CSB, Força Sindical, Nova Central e UGT).
De acordo com o ministro, mesmo que todas as sugestões dos sindicalistas, apresentadas na sexta-feira ao presidente interino Michel Temer, sejam acatadas, o rombo previsto da Previdência não será resolvido – dos R$ 136 bilhões previstos para este ano, cairá para R$ 50 bilhões. “As propostas não cobrem o buraco, cujo tamanho dependerá do peso a ser dado a cada uma das hipóteses de arrecadação apontadas. Aí sim, poderemos dizer o que vamos adotar”, disse o ministro da Casa Civil.
Padilha adiantou que vai usar no Basil experiências de sucesso em todo o mundo. “Vamos ter algumas receitas extraordinárias, mas não se faz mágica nesse tema. O sistema tem que ser autossustentável”. Ele não quis antecipar pontos que o governo defende, nem opinar sobre uma possível elevação de impostos. “O governo não quer falar sobre criação de CPMF”, desconversou. O deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), presidente nacional da Força Sindical, disse que os sindicalistas não admitem a ideia de idade mínima para a aposentadoria. Paulinho defende que as eventuais novas regras passem a valer somente para quem iniciar a vida laborativa. Não aceita sequer um período de transição. Ele concordou em diminuir na diferença do tempo de contribuição entre entre homens e mulheres.