Professores de SC em greve pernoitam novamente na Alesc

Professores estaduais em greve ocuparam novamente o saguão da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), em Florianópolis, na noite desta terça-feira (28). De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação na Rede Pública de Ensino do Estado de Santa Catarina (Sinte-SC), 78 pessoas devem dormir no local. A greve dura mais de um mês.

Segundo a secretária da região Macro-Oeste do Sinte-SC, Alvete Bedin, a desocupação dos professores depende de uma apresentação de proposta por parte do governo. Estão no local representantes de todas as regiões do estado.

Esta é a segunda vez que os professores ocupam e pernoitam na Alesc. No início do mês, eles dormiram no saguão da assembleia nas noites dos dias 7 e 8 de abril e saíram no dia 9.

Manifestação nesta terça
Cerca de 300 professores em greve ocuparam, na tarde desta terça, galerias da Alesc, no Centro de Florianópolis. Durante a sessão ordinária, manifestantes pediam que o governador do estado, Raimundo Colombo, negocie com a categoria.

No início da tarde, cerca de 1,5 mil professores em greve, segundo o Sinte-SC, reuniram-se em frente ao prédio da Secretaria Estadual de Educação, no Centro de Florianópolis.

Pela manhã, um ato reuniu quase mil pessoas, de acordo com o Sinte-SC, em frente à sede administrativa do governo do estado, na SC-401. O comando de greve protocolou um documento aos cuidados do governador com os pontos necessários para iniciar as negociações.

A solicitação do documento protocolado foi feita durante uma audiência na segunda (27) entre a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e a Coordenadoria de Negociação e Relações Funcionais do Governo do Estado (Coner).

O documento traz quatro pontos: a instituição de uma mesa de negociação que não ultrapasse 30 dias, período em que nenhum projeto de lei deverá ser levado à Assembleia legislativa; a anistia de todas as faltas de 2012 a 2015; a revogação do decreto 3593/2010; e o pagamento do reajuste de 13,01% na carreira, retroativo a janeiro de 2015.

A próxima assembleia estadual está marcada para 6 de maio, em local ainda não definido.

Sem negociação
O governo do estado afirma que não haverá negociação enquanto a categoria estiver em greve. Na quinta (23), uma reunião entre a Secretaria e as 36 Gerências Regionais de Educação abordou o projeto de plano de carreira dos professores, que está acabando de ser redigido.

Para a próxima segunda (27), está prevista uma reunião entre a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), da qual o Sinte-SC é filiado, e a Coordenadoria de Negociação e Relações Funcionais do Governo do Estado (Coner), que dialoga com as categorias em greve.

Ato de professores em greve reuniu cerca de mil pessoas na manhã desta terça (28) em Florianópolis (Foto: Sinte-SC/Divulgação)Ato de professores em greve reuniu cerca de mil na manhã desta terça (28) (Foto: Sinte-SC/Divulgação)

Reivindicações
A principal reivindicação da categoria é o plano de carreira do magistério estadual e a revogação da Medida Provisória (MP) 198/2015, que altera os salários dos professores temporários. Por causa disso, eles fazem protestos desde o dia 24 de março e chegaram a ocupar a Assembleia Legislativa por dois dias, pedindo a revogação da MP.

O Governo de Santa Catarina acatou o pedido da categoria e os professores deixaram a Alesc. Depois disso, a proposta do novo plano de carreira do magistério foi entregue ao sindicato, que avaliou o documento e, depois de assembleia da categoria dia 14 de abril, decidiu manter a greve.

Segundo o Sinte, além da revogação da MP 198/2015, outros três pontos integram a lista de reivindicações da categoria, entre eles, a incorporação da gratificação de regência de classe.

Para a categoria, esta mudança traria perdas financeiras aos docentes. Além disso, a gratificação por triênio que, hoje, é somada sobre o salário e a gratificação, seria aplicado somente sobre o valor final.

Outro ponto que a categoria pede é a retirada do nível de formação do ensino médio da tabela salarial. Para o Sinte/SC, esta situação faria com que o estado deixasse de ser obrigado a cumprir o piso nacional para a categoria, que é atualizado com base no ensino médio.