PE recebe lote de vacina BCG, mas quantidade deve durar só dez dias

Com estoques de vacina BCG baixos desde agosto do ano passado, a Secretaria de Saúde de Pernambuco recebeu, nesta semana, um lote de 44 mil doses do produto. No entanto, a quantidade deve durar, no máximo dez dias — para atender a demanda do estado, seriam necessárias 90 mil doses por mês, como mostrou na tv.
BCG protege contra a tuberculose e deve ser aplicada nos bebês recém-nascidos.

As vacinas são enviadas pelo Ministério da Saúde para a Secretaria Estadual de Saúde, que, por sua vez, distribui as doses para os municípios, até elas chegarem nos postos de saúde. Mas, segundo a Secretaria Estadual, a vacina está faltando até mesmo no Ministério da Saúde. “Esse número de vacinas que chegou vai ser distribuído, mas a gente sabe que ele não vai ser suficiente até o final do mês”, diz a coordenadora do Programa de Imunização de Pernambuco, Ana Catarina Melo. Segundo ela, a situação pode permanecer assim até que o Ministério regularize os estoques.

A BGC protege contra os tipos mais graves da tuberculose e deve ter tomada nos primeiros dias de vida. Segundo o estado, a baixa no estoque acontece porque o único laboratório que produz a vacina no país está com problemas na fabricação. O problema é transferido para os postos de vacinação. “A criança precisa da vacina. E se ela ficar doente, o que é que a gente faz?”, questiona Ana Paula Cristina, que está tentando vacinar a filha, de cinco meses.

Desperdício
Nos postos que ainda têm doses da vacina, a aplicação começou a ser agendada, para evitar o desperdício. Isso acontece porque cada ampola da vacina tem dez doses e, depois de aberta, ela só serve por seis horas. Se ninguém aparece para tomar as doses, é preciso descartar as vacinas. Por isso, a orientação é de que os pais compareçam no horário marcado para que os filhos recebam as vacinas.

Soro antirrábico
Além da baixa no estoque da BCG, no estado de Pernambuco também está faltando o soro antirrábico, que é aplicado em quem é atacado por animais com suspeita de raiva. Algumas cidades não têm o soro nem para situações de emergência. De acordo com Ana Catarina Melo, os laboratórios que produzem o soro no país estão passando por uma readequação, por isso a quantidade está baixa. Segundo ela, o Ministério da Saúde ficou de enviar doses do soro ainda nesta semana, mas elas não chegaram.