O Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE) exigiu que, no mínimo, 70% dos ônibus circulem durante a greve dos rodoviários, prevista para começar à 0h desta terça-feira. O Urbana deu entrada em uma medida cautelar com solicitação de liminar no Tribunal Regional do Trabalho e a decisão deverá sair ainda nesta segunda-feira.
Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta segunda-feira, o presidente do Urbana-PR, Fernando Bandeira, acredita que a medida deverá ser o suficiente para não causar transtornos nas cidades. “Acreditamentos que ese mínimo de 70% é o suficiente para garantir a mobilidade da população”, explicou.
As empresas ainda solicitaram para a Secretaria das Cidades o policiamento das garagens e dos principais corredores e terminais de ônibus no Grande Recife. “As negociações estão encerradas já que optaram pelo enfrentamento. Não temos como sentar em uma mesa para negociar. Agora o reajuste será definido pela Justiça”, concluiu Fernando Bandeira.
Entenda as causas da greve
A partir da próxima terça-feira (15), motoristas, cobradores e fiscais de ônibus vão parar. A categoria decretou estado de greve na tarde da última sexta-feira (10), após rejeitar a proposta de reajuste salarial e de benefícios oferecida pelas empresas. Os rodoviários alegam estar frustrados com o que aconteceu ano passado, quando o Tribunal Superior do Trabalho reduziu o aumento concedido aos profissionais a 10% no salário e no tíquete de alimentação.
A decisão foi tomada em assembleia, na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários Urbanos de Passageiros do Recife e Regiões Metropolitanas da Mata Sul e Norte (STTREPE), no bairro de Santo Amaro. Na reunião, o presidente do sindicato, Benilson Custódio, apresentou a proposta oferecida pelos patrões na mesa de negociação dessa quinta.
As empresas ofereceram reajuste de 27% no valor do tíquete de alimentação, que passaria de R$ 188 para R$ 220. No salário, o aumento seria de 9,5%. Os motoristas de ônibus ganham, atualmente, R$ 1.765 e passariam a receber R$ 1993, os cobradores, que ganham R$ 812, receberiam R$ 889, e os fiscais, pagos por R$ 1.141, ganhariam R$ 1.239. Desde o início das negociações, no entanto, o objetivo da categoria é que o tíquete suba para R$ 300. A proposta dos empresários não foi aceita.
“A questão toda é a frustração com o que aconteceu ano passado. A categoria queria R$ 300 no auxílio e aumento de, pelo menos, 30%. Sabemos que, diante de outras questões, o valor é alto. Queríamos negociar. Mas eles só fizeram a reposição do índice inflacionário. Decretamos estado de greve hoje (sexta) e a greve começa a partir da 0h de terça”, adiantou o assessor de comunicação do Sindicato, Genildo Pereira.