Em PE, 72% das empresas devem diminuir faturamento, diz pesquisa

Aproximadamente 72% das empresas pernambucanas devem ter diminuição do faturamento em 2015, mas os empresários não estão dispostos a reduzir a margem de lucro. Esse é o resultado de uma pesquisa feita pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), com 110 empresários do estado. A pesquisa foi feita para avaliar o impacto dos ajustes fiscal e monetário entre as empresas pernambucanas.

No mesmo estudo, 59% dos empresários disseram que o aumento da taxa de financiamentos bancários provocou impacto nos negócios e 53,3% mencionaram o aumento do custo operacional. A diminuição dos investimentos foi apontada por 47,6% dos empresários, enquanto 46,6% previram corte nos postos de trabalho.

“As empresas ainda não estão considerando como alternativa a questão dos descontos, elas estão focando na redução dos custos operacionais”, explica a coordenadora regional da Amcham, Renata Accioly. Desse modo, é possível enxugar a operação das empresas, que aumentam a produtividade.

Gerente do Núcleo de Negócios da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco, Tobias Silva avalia como transitório o momento difícil da economia. “Você precisa fazer o ajuste fical porque as contas públicas em equilíbrio geram condições para um desenvolvimento futuro. Você precisa controlar a inflação e fazer o ajuste monetário”, explica.

Segundo Silva, os setores que mais têm sofrido com a crise, no estado, são aqueles ligados ao consumo de ponta e mercado interno. “No momento em que você tem a retração da atividade econômica, você impacta diretamente no consumo e o setor que está canalizado para isso sofre mais impacto”, diz. Silva lembra ainda que o mercado internacional está se beneficiando. “Hoje temos uma taxa de câmbio que é benéfica para quem exporta”, aponta.

Portas fechadas x otimismo
Já existem lojas fechando em Pernambuco segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE). O presidente da Federação, Josias Albuquerque, também lembra que o órgão dá suporte aos empresários, acompanhando o desenvolvimento de duas mil empresas, permanentemente. “Verificamos o problema do faturamento, o nível de desemprego do comércio”, disse.

No entanto, o estudo da Amcham também apresenta dados positivos, que mostram otimismo no empresariado local. “Apesar de ser citada por 47% dos empresários a redução dos postos de trabalho, apenas 12% das empresas alegam já tomar isso como uma medida”, aponta Renata Accioly. “Outro ponto é que 65% dos empresários ainda consideram o Nordeste bastante atrativo para investimenos, que mostra um grande potencial de oportunidades a serem exploradas”, pontua a coordenadora.

Oportunidades
Para superar a crise econômica, os empresários buscam novos mercados, como o internacional. Como aponta Tobias Silva, muitas empresas podem identificar o mercado como uma oportunidade de crescimento, já que as taxas de câmbio estão favoráveis e o mercado começa a se recuperar. “É preciso primeiro se capacitar, entender o que é o mercado internacional e partir para outras etapas, até consolidar a exportação”, explica.

Renata Accioly também afirma que o empresariado local está buscando se capacitar, de acordo com as pesquisas da Amcham. Além disso, segundo ela, o Nordeste é atrativo. “O Nordeste continua sendo considerado como um excelente mercado para investimento, principalmente no que se refere ao segmento de serviços, por ser uma especialidade da região”, completa.