Acusados pela morte do médico Artur Eugênio vão a júri popular

Os quatro acusados pela morte do médico Artur Eugênio de Azevedo Pereira, assassinado no dia 12 de maio de 2014, irão a júri popular. Foi o que decidiu a juíza Inês Maria de Albuquerque Alves, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife, na quarta-feira (26). A defesa dos réus ainda pode recorrer da decisão.

Artur Eugênio foi assassinado a tiros. A polícia concluiu que o mandante do crime foi um colega de trabalho, o cirurgião Cláudio Amaro Gomes, que contou com a ajuda do filho Cláudio Amaro Gomes Júnior para executar o plano. O cirurgião responderá por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e sem possibilidade de defesa da vítima. Já o filho dele vai responder pelo mesmo crime, além de furto qualificado e dano qualificado, pelo uso de substância inflamável.

Cláudio Júnior, por sua vez, teria chamado Jailson Duarte César para contratar os homens que cometeriam o assassinato: Lyferson Barbosa da Silva e Flávio Braz de Souza. Jailson e Lyferson também responderão por homicídio duplamente qualificado, além do crime de dano qualificado. Flávio foi morto em uma troca de tiros com a Polícia Militar, em fevereiro deste ano. Os quatro réus — Cláudio, Cláudio Júnior, Jailson e Lyferson — estão presos.

A decisão da juíza foi tomada a partir dos laudos periciais e das audiências de instrução e julgamento, realizadas entre 14 de outubro de 2014 e o último 10 de junho. Ao todo, foram ouvidas cerca de 60 testemunhas, além dos quatro réus. Segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), ainda não há data prevista para a realização do júri popular.

Entenda o caso
O médico Cláudio Gomes e o filho são suspeitos de planejar a morte do cirurgião Artur Eugênio, que foi arrastado por dois homens na entrada do prédio onde morava, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, na noite de 12 de maio de 2014. O corpo dele foi encontrado no dia seguinte, com marcas de tiro, às margens da rodovia BR-101, em Jaboatão dos Guararapes. O carro da vítima foi queimado e abandonado no bairro da Guabiraba, Zona Norte do Recife. As investigações apontam que Cláudio Gomes e Artur, que já trabalharam juntos, tinham divergências profissionais, o que teria motivado o crime.

Artur era paraibano e atuava no Hospital de Câncer de Pernambuco, Hospital das Clínicas, Imip e Português. Ele tinha família em Campina Grande e era formado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O médico era benquisto e descrito como uma pessoa calma – o corpo dele foi enterrado no dia 15 de maio de 2014, em Campina Grande.