Em greve há três meses, servidores da UFPE protestam no Recife

Técnicos administrativos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) fazem uma manifestação no Campus Recife da instituição, localizado na Zona Oeste da capital, na manhã desta quinta-feira (27). Em greve há três meses, eles interditam o acesso à universidade e programam uma passeata até a reitoria para pedir avanços na negociação com o Governo Federal, segundo o Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais de Pernambucox (Sintufepe).

Cerca de 50 servidores se reúnem desde as 8h na rotatória da BR-101 que dá acesso ao campus, na Cidade Universitária. Eles bloqueiam duas das três faixas da pista. Por isso, o trânsito ficou complicado no local. Segundo a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), os motoristas não podem circular pela rotatória. Então, precisam seguir adiante para fazer o retorno. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirmou que o trânsito está parado nos dois sentidos do girador. Por isso, a recomendação é evitar o local.

Estudantes de odontologia, que suspenderam atendimento ao público na quarta (26), alegando problemas na estrutura das clínicas-escola, também aderiram ao movimento.

A coordenadora do Sintufepe, Ellen Vilar, explica que os servidores pedem uma reposição inflacionária de 27,3%. “Mas o governo sugeriu que nós esqueçamos a perda e façamos um acordo de reajuste parcelado de 21,3% para os próximos quatro anos. Isso daria cerca de 5% por ano, o que é abaixo da inflação. Então, todo o serviço público federal recusou a proposta. Estamos aguardando uma nova posição, mas o governo está intransigente”, explica.

Ellen ainda lembra que a atividade desta quinta marca os 93 dias de greve dos servidores daUFPE. Segundo ela, o movimento também mostra apoio à Marcha dos Servidores Públicos Federais que está programada para esta quinta em Brasília e serve de pressão para a reunião que deve acontecer nos próximos dias no Ministério da Educação (MEC).

Na UFPE, os técnicos administrativos estão de braços cruzados desde 28 de maio. Por isso, o atendimento nas secretarias e bibliotecas da universidade está parado. O atendimento de recursos humanos e assistência estudantil também está suspenso. Apenas os serviços essenciais foram mantidos, mas de maneira parcial.