No pronunciamento em comemoração ao Dia da Independência, a presidente Dilma Rousseff, admitiu que as dificuldades que o Brasil enfrenta são resultado de um “longo período” de alta nos gastos do governo. Ela disse que será necessário rever todos os programas e reconheceu que o remédio para resolver o problema é “amargo”. Mas, segundo ela, é indispensável para levar à retomada do crescimento. O discurso na rede social (Facebook) foi uma opção para evitar possíveis protestos da população, como os frequentes panelaços.
“As dificuldades e os desafios resultam de um longo período em que o governo entendeu que deveria gastar o que fosse preciso para garantir o emprego e a renda do trabalhador, a continuidade dos investimentos e dos programas sociais. Agora, temos de reavaliar todas essas medidas e reduzir as que devem ser reduzidas”, disse a presidente, acrescentando:
“Se cometermos erros e isso é possível, vamos superá-los e seguir em frente. Quero dizer a vocês, alguns remédios para essa situação, é verdade, são amargos, mas são indispensáveis. As medidas que estamos adotando são necessárias para botar a casa em ordem, reduzir a inflação, por exemplo, nos fortalecer diante do mundo e conduzir o mais breve possível o Brasil à retomada do crescimento”.
Com a popularidade em baixa e meio à crise política, a presidente destacou que se sente preparada para a missão de tirar o país da crise e fazer a economia voltar a crescer. Para isso, ela pediu os esforço de todos, independente de interesses individuais e partidários.
“O esforço de todos nós é que vai nos levar a superar esse momento. Eu sei disso. Também sei que a União em torno dos interesses do nosso país e do nosso povo é a força capaz de nos conduzir nessa travessia. Devemos nessa hora estar acima das diferença menores, colocando em segundo plano, os interesses individuais ou partidários. Me sinto preparada para conduzir o Brasil no caminho de um novo ciclo de crescimento, ampliando as oportunidades para o nosso povo subir na vida com mais e melhores empregos”, discursou a presidente.
Ela aproveitou para citar a crise dos refugiados e colocou o Brasil de portas abertas para receber as pessoas que estão fugindo de seus países por causa da miséria e da guerra. Dilma lembrou que o país foi formado por origens diversas, vive em paz, mesmo nos momentos de crise, como a atual.
“Teremos os nossos braços abertos para acolher os refugiados. Aproveito o dia de hoje para reiterar a disposição do governo em receber aqueles que, expulsos de suas pátrias, para aqui queiram vir, viver, trabalhar e contribuir para a prosperidade e a paz do Brasil”, afirmou a presidente.