Foi encontrado, por volta das 9h da manhã desta segunda-feira (14), o corpo do mergulhador Edísio Oliveira Rocha, que havia desaparecido no domingo (13), no Recife. Por meio de nota, a Capitania dos Portos de Pernambuco informou que “o corpo foi encontrado submerso, a 23 metros de profundidade e a 50 metros ao norte do local do mergulho, distante 6 milhas náuticas [equivalente a 12 km] do Marco Zero”. O Corpo de Bombeiros informou que a profundidade foi de 25 metros.
Ainda segundo a capitania, será aberto um inquérito administrativo sobre acidentes e fatos da navegação, para apurar as causas do incidente. O prazo para apuração do caso, que é de até três meses, pode ser prorrogado por até um ano. Em seguida, o resultado do inquérito será encaminhado ao Tribunal Marítimo, órgão que deve julgar o fato.
De acordo com os bombeiros, que também participaram das buscas, o corpo será levado para o Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife, onde deve passar por perícia. Por volta das 10h30, alguns barcos que acompanhavam a ação começaram a chegar ao píer que fica na sede da empresa Aquaticos, operada pelo mergulhador, no Cais das Cinco Pontas, no Recife.
Desaparecimento
Edísio Rocha desapareceu no local de um naufrágio, a cerca de 12 km do Marco Zero do Recife. De acordo com a Capitania dos Portos de Pernambuco, que foi acionada por volta das 14h do domingo (13), ele sumiu na saída do canal sul do Porto do Recife, num ponto que tem 25 metros de profundidade. No local, está um rebocador afundado desde 2002.
As buscas foram feitas até as 18h do domingo (13), quando foram interrompidas pela falta de visibilidade, e depois retomadas às 6h da manhã desta segunda (14). O mergulhador era instrutor e sócio da empresa de mergulho amador Aquaticos. Várias embarcações, da empresa, de amigos e da marinha, participaram das buscas.
De acordo com outro sócio da empresa, que não quis se identificar, Rocha era experiente e o tipo de mergulho que ele fazia era simples. Além disso, o mar estava tranquilo no domingo. No momento do incidente, ele estava acompanhando um grupo de vinte clientes, além de outros seis membros da Aquaticos.
O sócio contou ainda que o grupo notou a falta do rapaz apenas depois que todos voltaram do mergulho. “Como ele era experiente, fazia sentido ainda estar debaixo d’água. Quando nos demos conta de que estava faltando ele, procuramos dentro do barco, fizemos uma varredura em todos os lugares no naufrágio, depois em uma região fora do naufrágio e ainda pelo mar e não encontramos. Foi aí que acionamos a Marinha”, explicou.
De acordo com o Grupamento de Bombeiros, qualquer pessoa disposta a fazer um mergulho com cilindro deve estar equipada com roupa de neoprene, botas, nadadeira, faca – para caso de se enroscar em algum lugar – e com a válvula por onde vai respirar. Há até uma válvula de cabo amarelo extra caso alguém precise de ajuda dentro da água. “Se eu estou acompanhando alguém o máximo que eu tenho que ficar dele é uma distância de um braço. Assim eu fico de olho nele e ele em mim, não posso descuidar dele”, explicou o sargento Ronaldo Gomes, chefe da guarnição.
O major Kleber Dallas, integrante do grupo de salvamento, ainda alertou que todo mergulho deve ser planejado e a pessoa precisa estar em perfeitas condições de saúde. “É uma atividade que exige um mínimo de respeito por se tratar de um ambiente que não é o nosso. Todo detalhe de segurança. Todo critério deve ser obedecido, pois pode fazer a diferença”, concluiu.