Presidente Dilma nega conversas com Cunha para evitar o impeachment

Presidente Dilma nega conversas com Cunha para evitar o impeachment

Depois de uma semana de articulações de aproximação, nos bastidores, com Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a presidente Dilma Rousseff afirmou ontem que “lamenta” que as denúncias sobre o presidente da Câmara dos Deputados envolvam um brasileiro. Segundo ela, não houve acordo entre o Executivo e a Câmara por mais estabilidade política. Pelo contrário, Dilma acusou a oposição de ter firmado entendimento com Cunha em torno do impeachment. A presidente está na Suécia na primeira etapa de uma turnê pelo norte da Europa que envolve ainda a Finlândia. Ontem, a presidente encontrou a família real sueca, o rei Carlos XVI e a rainha Silvia, e participou de encontros com empresários.
Dilma também comentou a situação do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no governo. Alvo de rumores sobre a sua saída do cargo, o economista teve a continuidade à frente da pasta garantida pela presidente. “Ele (Levy) não está saindo do governo. Ponto. Eu não trato mais desse assunto”, afirmou. “Qualquer coisa além disso está ficando especulativa. Vocês não farão especulação a respeito do ministro da Fazenda comigo.” Sobre a pressão do presidente do PT, Rui Falcão, para a troca do ministro, a chefe do Executivo disse que não se trata de uma opinião do governo, mas apenas avaliação pessoal do petista (Leia mais sobre a crise na Fazenda na página 8).
O mesmo Falcão negou, na semana passada, a existência de um acordo entre o PT e Eduardo Cunha para evitar o impeachment de Dilma e a cassação do presidente da Câmara. A petista seguiu o discurso oficial, também adotado por Luiz Inácio Lula da Silva, e rejeitou as negociações. “Eu acho fantástica essa conversa de que o governo está fazendo acordo com quem quer que seja”, disse ela, atacando seus opositores. “O acordo de Eduardo Cunha não é com o governo, era com a oposição. Era público e notório. Até na nota aparece”, disse ela.
Diário de Pernambuco