Dois meses após desastre em Mariana, dois seguem desaparecidos

Dois meses após desastre em Mariana, dois seguem desaparecidos

G1

Dois meses após o rompimento da barragem da Samarco, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, dois trabalhadores seguem desaparecidos. O motorista de caminhão-pipa Ailton Martins dos Santos, de 55 anos, trabalhava como funcionário terceirizado da mineradora, cujas donas são a Vale e a BHP Billiton, havia menos de um mês quando a tragédia ocorreu. Já Edmirson José Pessoa, de 48, é o único empregado da empresa entre as vítimas.

Desde que a barragem de Fundão se rompeu, 17 pessoas que perderam a vida no desastre foram identificadas. Entre elas, estão 12 trabalhadores, quatro moradores de Bento Rodrigues – a localidade mais atingida pelo “mar de lama” – e uma visitante do subdistrito da cidade histórica.

Ailton Martins dos Santos está desaparecido desde o dia 5 de novembro (Foto: Emerson Aparecido dos Santos/Arquivo pessoal)Ailton Martins dos Santos está desaparecido desde o
dia 5 de novembro (Foto: Emerson Aparecido dos
Santos/Arquivo pessoal)

Para os parentes dos desaparecidos, a esperança de que os corpos sejam encontrados persiste. “Ainda não passou pela minha cabeça que não vão achar o corpo”, disse Emerson Aparecido dos Santos, um dos três filhos de Ailton, que morava em Catas Altas, na Região Central de Minas.

Casado por 34 anos, o motorista era um pai companheiro. O filho diz que o tempo tem ajudado a aliviar a dor que toma a família há dois meses. “A gente está mais tranquilo, está melhor, mais conformado”, conta.

A mulher de Edimirson, Terezinha de Jesus Lopes Pessoa também afirma que o tempo trouxe alívio para ela e para o filho, mas pouco. Segundo ela, o marido, morador de Santa Bárbara, também na Região Central, estava no quadro de funcionários da Samarco havia quase 20 anos e tinha muito orgulho de trabalhar na empresa.

“Continua muito difícil, a gente vai acostumando, aceitando melhor. Mas está difícil, ainda mais porque não encontraram o corpo ainda para dar um fim nisso. Eu quero que encontre para a gente dar um fim mais digno do que deixar ele perdido lá”, desabafou.