Dezoito testemunhas de defesa foram ouvidas, nesta quinta (26), no terceiro dia de audiência de instrução sobre o assassinato do promotor de Itaíba, Thiago Faria Soares, morto em 2013, no Agreste de Pernambuco. A sessão dos depoimentos ocorreu na sede da Justiça Federal em Pernambuco (JFPE), no Jiquiá, Zona Oeste do Recife. Outras 14 testemunhas de defesa também deveria depor, mas dispensadas pelos advogados dos réus. O caso é analisado pela da 36ª Vara Federal.
Nesta sexta (27), estão previstos os interrogatórios de quatro dos cinco réus no processo, que se encontram presos no Centro de Triagem (Cotel), Abreu e Lima, Grande Recife. São eles: José Maria Pedro Rosendo Barbosa, José Maria Domingos Cavalcante, Adeildo Ferreira dos Santos e José Marisvaldo Vitor da Silva. O quinto réu, Antônio Cavalcante Filho, está foragido e, por isso, o processo dele foi desmembrado para não prejudicar o andamento da investigação.
A audiência de instrução teve início na última terça (24). Ao todo, o juízo da 36ª Vara Federal já ouviu outras 16 testemunhas de acusação. A expectativa é que essa primeira etapa seja finalizada nesta sexta com a conclusão dos interrogatórios dos réus.
Entenda o caso
O crime ocorreu em 14 de outubro de 2013. O promotor foi morto quando seguia de Águas Belas para Itaíba, cidade onde trabalhava. A motivação, segundo a PF, envolveu uma disputa pelas terras da Fazenda Nova. O fazendeiro José Maria Barbosa perdeu a posse para a noiva do promotor, em um leilão da Justiça Federal, e teve que deixar o imóvel. Em entrevista exclusiva à TV Globo, na época do crime, o fazendeiro negou ter cometido o homicídio. A Polícia Civil, que iniciou as investigações, apontou que Barbosa teria contratado o cunhado, Edmacy Ubirajara, para matar Thiago Faria. Ubirajara chegou a ser preso, mas foi liberado.
A denúncia contra os cinco réus foi oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF). A Polícia Federal (PF) denunciou o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa, 55, como o mandate do homicídio doloso, motivado por disputa de terras. Além dele, serão julgados, por participação no planejamento e execução do crime, José Maria Domingos Cavalcante, 55, Antônio Cavalcante Filho, 26, Adeíldo Ferreira dos Santos, 26, e José Marisvaldo Vitor da Silva, 42. Todos também vão responder pela tentativa de homicídio contra Misheva Freire Ferrão Martins, noiva do promotor na época, e Adautivo Martins, tio dela. Os dois estavam no mesmo veículo do promotor no dia do crime, mas não foram atingidos pelos disparos.