A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) divulgou nesta terça-feira o boletim atualizado das arboviroses dengue, chikungunya e zika e ainda dos casos de microcefalia, que estão sendo apontados como consequência do último vírus. Os dados dizem respeito a 1º de agosto de 2015 até o dia 05 de março de 2016.
Neste período foram notificados em Pernambuco um total de 1.722 casos de microcefalia foram notificados. Destes, 671 (39%) atendem aos parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a malformação. Ao todo, 241 casos foram confirmados como microcefalia e 267 foram descartados, levando em consideração o resultado dos exames de imagem dos bebês.
Também foram registrados 17 casos de bebês natimortos e 9 que vieram a óbito logo após o nascimento. Nenhum dos casos teve microcefalia como causa básica de morte. Os óbitos foram de residentes dos municípios de Recife (2), Ipojuca (3), Agrestina (1), Araripina (1), Barra de Guabiraba (1), Belém de São Francisco (1), Bom Jardim (1), Bodocó (1), Calumbi (1), Caruaru (1), Floresta (1), Goiana (1), Ipubi (1), Lagoa do Carro (2), Macaparana (1), Olinda (1), Orobó (1), Ouricuri (1), Paulista (1), Petrolina (1), São Caetano (1) e São Lourenço da Mata (1).
Desde dois de dezembro, quando a notificação de casos de gestantes com exantemas se tornou obrigatória, 117 municípios do Estado notificaram 2.713 casos de gestantes com esse quadro clínico. Desse total, 16 gestantes apresentam confirmação de microcefalia intraútero. Vale salientar que a notificação das mulheres com exantema não significa, necessariamente, que elas são casos suspeitos de dengue, chikungunya ou zika, já que outros fatores podem ter ocasionado as manchas vermelhas (rubéola, intoxicação, alergia ou alguma outra virose). O exantema também não é indicativo que a mulher terá um bebê com microcefalia.
Em Pernambuco, o Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães/Fiocruz confirmou 68 casos de microcefalia relacionados ao vírus zika por detecção do anticorpo IgM no líquido cefalorraquidiano. Os reagentes foram fornecidos pelo Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC). Outros 17 casos deram negativos e 02 inconclusivos, totalizando 87 testes realizados.
Arboviroses – No mesmo período, os casos notificados de dengue chegaram a 31.481 (4.210 confirmados), distribuídos em 179 municípios, o que representa um aumento de 131,70% em relação ao mesmo período de 2015. Foram notificados 101 casos de dengue com agravamento, com 19 confirmações.
Em relação à chikungunya foram notificados 9.160 casos suspeitos em 151 municípios. Desses, 226 foram confirmados e 361 descartados. Em 2015, foram notificados 2.605 casos suspeitos da doença, sendo 450 confirmados (três importados, doisno município de Iguaraci e um em Itaíba, todos com infecção no estado da Bahia; e 447 confirmados autóctones, sendo 220 na região metropolitana do Recife) e 589 casos foram descartados.
Já o vírus zika teve 4.849 casos suspeitos foram notificados, mas ainda não há confirmações de casos em 2016. No ano passado, desde o início das notificações obrigatórias, o que aconteceu em dezembro, foram notificados 1.386 casos da doença, sendo 46 confirmados em 20 municípios (Bom Jardim, Camaragibe, Caruaru, Flores, Goiana, Glória de Goitá, Frei Miguelinho, Ipojuca, Jaboatão dos Guararapes, Lagoa do Carro, Manari, Olinda, Paudalho, Paulista, Petrolândia, Recife, São José do Egito, Serra Talhada, Surubim e Vertentes). Os exames foram feitos pelo Instituto Evandro Chagas (IEC/SVS/MS) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz – PE/CpqAM).
Mortes – Até o momento, 84 óbitos suspeitos foram notificados. Deles, um foi confirmado por chikungunya, no município do Recife. No mesmo período de 2015 houve a notificação de nove óbitos suspeitos, sendo um confirmado por dengue.