Enquanto o volume de vendas no comércio varejista nacional teve um aumento de 1,2% entre janeiro e fevereiro, Pernambuco só adquiriu números negativos. Acontece que, de acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mesmo com a leve melhora para a economia brasileira, o Estado registrou uma queda de 1,3% entre os mesmos meses. Quando a comparação é anual, o índice cai mais ainda (-9,5%).
Isso é um número bem maior que a média do Brasil, que ficou em -4,2%. Se olhar para o Varejo Ampliado – que inclui os setores de automóveis, motos e peças e a construção civil, a situação é ainda mais preocupante. A queda vai para 12,7%. A média nacional marcou -5,6%.
Segundo o economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio) Rafael Ramos, o resultado negativo de Pernambuco resume-se a dois aspectos: problemas fiscais e políticos. “A capital nordestina vinha em escala ascendente, apresentando taxas de PIB maiores que a média nacional, mas a redução no nível de empregos fez as famílias criarem a percepção que não podem gastar mais como antes”, comenta. Os setores apontados como responsáveis por prejudicar Pernambuco são os hipermercados (-7,5%), móveis e eletrodomésticos (-25,4%), tecidos, vestuário e calçados (-20,3%).
Brasil
Apesar de tímida melhora e conjuntura mais confortável, a economista e coordenadora do PMC do IBGE, Isabella Nunes diz que é preciso ficar atento aos meses que se seguirem. “Não sabemos ainda se esse resultado foi o início de uma caminhada para a melhora ou será um ponto fora da curva”, conta. E, sobre a contradição gritante entre o resultado nacional e local, ela explica que é por causa do peso que cada estado exerce para essa pesquisa. “Como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, por exemplo, registraram melhoras e queda reduzidas, isso fez o Brasil ter saído com uma média melhor do que como vinha”.