Os professores pernambucanos decidiram por unanimidade, em assembleia realizada na manhã desta sexta-feira (17), continuar com a greve deflagrada no último dia 10. A decisão foi tomada mesmo depois de o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do estado (Sintepe) receber a liminar da Justiça que considera a greve abusiva e determina a suspensão imediata do movimento.
A decisão judicial foi entregue ao presidente do Sintepe, Fernando Melo, minutos antes da assembleia, no Centro de Convenções dePernambuco, em Olinda. Além de determinar a volta ao trabalho, a liminar estabelece uma multa diária de R$ 30 mil para cada dia de desrespeito à decisão. A notícia revoltou os docentes presentes, que votaram pela continuidade do movimento. A decisão do desembargador Jovaldo Nunes atendeu a um pedido do Executivo Estadual e foi divulgada na quarta-feira (15).
Segundo o Sintepe, a categoria tem cinco dias úteis para recorrer da decisão e as medidas necessárias para que isso seja feito já estão em andamento. “Nós temos um prazo para recorrer, mas podem ficar tranquilos que nós vamos recorrer a todas as instâncias cabíveis. Saindo daqui, já vou preparar o recurso”, garantiu o assessor jurídico do Sintepe, Eduardo Araújo. Ele ainda classificou a decisão como “ameaças em forma de liminar” e convocou a classe a continuar pressionando o governo com o movimento.
O reajuste concedido aos docentes pernambucanos este ano foi de 13,01%, mas apenas para os professores com ensino médio (antigo magistério). De acordo com o Sintepe, somente 10% da categoria tem essa qualificação. Por isso, os outros 90% ficaram sem reajuste.
De acordo com o governo do estado, o aumento não foi dado a todos os professores porque Pernambuco já pagava o piso superior ao valor estipulado pelo governo federal. Aqueles que recebiam abaixo do piso, que eram 4.060 professores, foram contemplados com o projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa, que concedeu o aumento de 13,01%.