Dilma diz que governo vai manter modelos de exploração do petróleo

Dilma diz que governo vai manter modelos de exploração do petróleo

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (14), em evento de inauguração de navios petroleiros em Ipojuca (PE), que o governo vai manter os atuais modelos de exploração de petróleo: partilha para áreas com maior chance de encontrar o óleo e concessão para áreas de alto risco, onde a chance é menor.

“Quero dizer também que os dois modelos que vigem no Brasil do ponto de vista do governo devem ser mantidos. O modelo de concessão para produção de petróleo em áreas de alto risco, cuja característica principal é quem achar petróleo em alto risco fica com ele. E o model de partilha, que nós sabemos que na poligonal do petróleo, que está na lei, tem muito petroleo, e nesse caso, o povo brasileiro tem direito de ter uma parte relativa à distiribuição do petróleo”, afirmou a presidente.

“Um é para quando você não sabe se há petróleo. O outro é quando você sabe que há muito”, completou Dilma.

O modelo de partilha é o que vale para o pré-sal. Em entrevista ao Jornal da Globo em fevereiro, o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, então recém-empossado, já havia defendido o modelo de exploração do petróleo.

A presidente ainda criticou aqueles que são contrários ao modelo de partilha. “Ninguém pode achar em sã consciência qe há um peso para uma empresa ter acesso privilegiado onde tem petróleo, e tem muito, como é o caso do que acontece com a Petrobras no  modelo de partiha”, disse.

Política de conteúdo local
A presidente também fez uma defesa da política de conteúdo local do governo. Segundo essa política, navios produzidos nos estaleiros ligados à Petrobras, por exemplo, priorizam, na construção, materiais da industria nacional.

“A política de conteúdo local veio para ficar. Uma opção que nós fizemos ainda no governo Lula [do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva]”, disse Dilma. “Nós queremos produzir no Brasil aquilo que pode ser construído no Brasil”, concluiu.

Indústria naval
Em seu discurso, Dilma afirmou ainda ter “perfeita clareza” de que o Brasil “superou obstáculos” para conseguir construir os dois navios inaugurados nesta quinta em Pernambuco. No evento, a presidente defendeu a qualidade e a tecnologia das embarcações, além da “melhoria” da formação técnica dos funcionários da Petrobras nos últimos anos.

“E nós começamos a construir a indústria naval do nada, porque tinham sucateado o parque que havia. E isso permitiu uma coisa importante, permitiu que uma decisão estratégica fosse tomada: a indústria naval não ia ser concentrada em um só lugar, beneficiando não só uma região do país”, disse.

Corrupção
A presidente comentou também as denúncias de corrupção na Petrobras e disse que a Petrobras “merece” e a sociedade “exige” o fim de casos de corrupção na estatal.

“Vocês vejam o momento que a gente enfrenta, e temos de enfrentá-lo porque a Petrobras merece e a sociedade exige. Temos de enfrentar e acabar com todos os malfeitos, todas as atividades de uso indevido da empresa e todos o processos de corrupção, mas esta empresa é forte o suficiente, inclusive para ganhar o óscar tecnológico, nos Estados Unidos”, disse a presidente.