Para diagnosticar casos de microcefalia com mais precisão e orientar as gestantes que aguardam para dar à luz a bebês com essa condição de saúde, 31 médicos ultrassonografistas da Prefeitura do Recife e da rede conveniada participam, nesta quarta-feira (2), do curso “Atualização no Protocolo para Diagnóstico da Microcefalia: critérios ultrassonográficos e abordagem psicoemocional”. A princípio, o treinamento é voltado apenas para a área de ultrassom, mas também haverá outros cursos direcionados a neonatologistas e obstetras.
O curso acontece na Faculdade de Enfermagem da Universidade de Pernambuco, no bairro de Santo Amaro, no Centro do Recife. A capacitação será feita pelo médico Pedro Pires, profissional com atuação nas áreas de medicina fetal, gestação de alto risco e ultrassonografia em obstetrícia e ginecologia. Haverá, também, um profissional da rede de Saúde Mental da Prefeitura do Recife, para discutir sobre maneiras de orientar as gestantes após o diagnóstico do bebê.
“Na ultrassonografia, o médico precisa ter uma atenção especial à circunferência e ao diâmetro do cérebro do bebê. O importante é ter segurança no diagnóstico e comunicá-lo à gestante somente quando há certeza da microcefalia”, orienta Pires.
O responsável pelo curso também explica que é necessário preparar a futura mãe sobre a condição da criança. “É importante que os profissionais de saúde informem sobre a necessidade de acompanhamento da gestante até o fim da gravidez e principalmente após o nascimento”, esclarece o médico.
O exame de ultrassonografia pode ser realizado nas seguintes unidades das redes própria e complementar: Policlínica Lessa de Andrade; Policlínica e Maternidade Arnaldo Marques; Policlínica Agamenon Magalhães; Maternidade Bandeira Filho; Policlínica e Maternidade Professor Barros Lima; Policlínica Amaury Coutinho; Clínica Radiológica Manoel Medeiros;
Clínica Radiológica Nossa Senhora do Carmo; Hospital Evangélico de Pernambuco;
Hospital Maria Lucinda; Hospital Santo Amaro; Imip Hospitalar; RC Diagnósticos; Ultra Diagnósticos.
Estudos
Durante a tarde da últia terça (1º), pesquisadores americanos do Centro de Controle de Doenças (CDC, do inglês Centers for Disease Control and Prevention) estiveram em reunião com representantes da Secretaria Estadual de Saúde para estudar a recorrência de casos de microcefalia no Estado. O objetivo dos cientistas é conhecer os dados epidemiológicos da doença e conhecer o processo de diagnóstico e tratamento feito em Pernambuco.
Até o último sábado (28), o Ministério da Saúde confirmou 1.248 casos suspeitos de microcefalia em 13 estados e no Distrito Federal. Pernambuco é o estado brasileiro com maior número de casos suspeitos de microcefalia – até agora, foram 646 notificações. O número já representa crescimento em relação ao último levantamento, divulgado no dia 24 de novembro, em que foram contabilizados 487 casos em PE.
Na Paraíba, o último levantamento do Ministério da Saúde registrou 248 casos. No Rio Grande do Norte, foram contabilizados 79 casos suspeitos. Ainda no sábado, o órgão também confirmou a ligação entre a microcefalia e o zika vírus, transmitido pelo Aedes aegypti, mosquito já apontado como transmissor da dengue e da chikungunya.